
A estrela do pop que os rappers ainda respeitam, Lil Nas X, trouxe ao mundo o seu novo álbum, Montero, o disco conta com 15 faixas, das quais 3 foram singles de grande sucesso, da mesma forma que seus videoclipes. Suas músicas presenteiam essa nova era do pop e passeiam por outros gêneros como o rap e até mesmo o emo rock.
Nas X trouxe sensualidade e sentimentalismo em sua nova produção. O hino de abertura do álbum, “Montero (Call Me By Your Name)”, que conta com quase 1 bilhão de streams no Spotify, traz em seu clipe o rapper descendo ao inferno em um pole dance, mostrando o quão sexy pode ser ao dançar no colo de satã. A persona dessa faixa é alguém que aproveita dos prazeres da vida nos momentos possíveis, em sua lírica ele se mostra disponível para quando o chamarem para “pecar”, logo em seguida afirma que podem dizer que o amam em sigilo, mesmo que seja mentira, ele não se importará.
A construção desapegada é logo destruída em “That ‘s What I Want”, pois um Lil Nas X que busca alguém para acalentá-lo surge em cena. A faixa mostra esse lado sensível e esperançoso do cantor que fantasia um romance, que dessa vez dará certo. A música aborda a sua solidão e carência afetivo-romântica e sua necessidade de preencher suas noites cheia de sonhos. É num quase pop-rock que beira uma estética emo que a faixa foi criada, assim como o seu videoclipe, que conta com uma participação do ator Billy Porter. O vídeo ainda faz uma referência a um clássico da cultura queer, o filme “Brokeback Mountain”.
Montero conta com colaborações de nomes fortes na indústria musical. É em “Industry Baby” que o rapper Jack Harlow aparece. A música traça uma carreira em ascendência, suas tentativas e as vitórias que a acometeram, nela há uma afirmação identitária de quem a canta. É nessa canção que o Lil Nas X, homem preto, abertamente gay se reafirma como uma estrela do pop que canta rap, sendo uma personalidade queer.
As outras colaborações também incluem mulheres pretas que estão fazendo grande marco na indústria do rap, sendo elas Doja Cat em “Scoop”, num trap popster em que fala sobre serem “grandes gostosos” desejados, dando sentido a sua beleza; e Megan Thee Stallion em “Dolla Sign Slime”, também acompanhado pelo trap, a canção trata de uma ostentação fruto de seus sucessos, é através da voz da Megan que o ouvinte pode concordar com a ousada posição dos cantores. O Elton John, ícone dos anos 70, tem seu feat. em “One Of Me”, onde o rapper fala sobre controle dos outros sobre os seus atos e falas, e as críticas ofensivas sobre sua carreira.
“Dead Right Now”, a segunda faixa, é um dos primeiros momentos de reflexão do álbum, onde o rapper traz conflitos de sua vida e construção de carreira como cantor, agarrando a sua chance de um em um milhão. Remetendo novamente a esse momento pensativo em “Sun Goes Down”, o ouvinte se dedica emocionalmente à canção. Lil Nas X narra um eu lírico que vivia com os conflitos de ser um homem negro e gay, tendo que conviver com o racismo e a homofobia. Ele narra a importância que outras pessoas tiveram em sua vida, para mantê-lo presente.
Ainda num estágio reflexivo, o passado “Old Town Road” apresenta novamente uma colaboração com mais um integrante da família Cyrus, dessa vez com a Miley Cyrus em “Am I Dreaming”. Na música ele fala sobre o risco de ser esquecido e a sua vontade de ser lembrado. Montero definitivamente garantirá ao astro Lil Nas X uma grande distância do esquecimento, proporcionando a lembrança de tudo que fez, mesmo ainda no início de sua carreira, com seus grandes hits.