Em 5 faixas, o novo EP do artista belforroxense une letras melancólicas e melodias coloridas
Lá se vai mais de 1 ano desde que tudo isso começou. O isolamento social, necessário devido à pandemia da covid-19, nos deu um banho de água fria. Um abraço deixou de ser hábito, e as paredes de casa passaram a absorver ainda mais nossas angústias. No meio desse caos, a gente está sempre em busca de algo que acolhe e ameniza um pouco os sentimentos acumulados dentro de nós. Nossa indicação de hoje é o ‘Nada É Fixo‘, segundo EP do artista belforroxense Jova.
Nessa altura da pandemia, os sentimentos já se embaralharam, e nem nós mesmos nos entendemos. Haja terapia para viver um momento histórico, viu? A sorte é que temos válvulas de escape, e a cultura é uma delas. Um bom filme ou uma boa música, por exemplo, são grandes amigos nessas horas. Falando nisso, além da qualidade sonora, o trabalho de Jova conquista pela sinceridade ao tratar temas sensíveis e nostálgicos, como a saudade e o sofrimento após o fim de uma relação.
‘Nada É Fixo‘ é uma obra sinestésica. Além de transmitir facilmente os sentimentos cotidianos descritos nas letras, nos faz ver cor nas melodias. Apesar de ser um EP que traz reflexões mais melancólicas – e que, inclusive, afloraram ainda mais em nós nesse momento de pandemia e isolamento social -, sua sonoridade solar faz com que as faixas sejam mais confortáveis do que se imagina.

Capa: Thais Baliberdin
O EP foi lançado pelo selo Mondé em 29 de janeiro deste ano, produzido e mixado por Alencar Martins. Logo em seu nome, ele já deixa evidente sua proposta existencialista, com uma mensagem dura de digerir: “Nada é fixo“. É nesse mesmo sentido que Jova conduz todas as faixas, começando pela ‘Quem não pode ver sou eu‘, uma reflexão sobre a dualidade de significados para isolamento.
As canções seguem retratando temas como as lembranças em ‘Saudade de Casa‘; os laços entre as pessoas em tempos líquidos, onde nada é feito para durar, como em ‘Nas luzes da cidade‘, e sobre sonhos e incertezas, como em ‘Gente Toda‘, com colaboração de Denis Tavares. A obra encerra com uma regravação da faixa ‘Nó‘, que retrata o amor entre duas pessoas que não podem ficar juntas, lançada originalmente no 1º EP de Jova, o ‘Músicas para Ouvir Perdido na Floresta‘. Dessa vez, o vocal ganha uma delicadeza diferente, com participação de Débora Saad.
Ouça o EP ‘Nada É Fixo‘, de Jova
Estúdio de Gravação: Juá Estúdio
Produtor Musical e arranjos: Alencar Martins
Mix e masterização: Alencar Martins
Distribuição: Mondé
Capa: Thais Baliberdin
Você também pode escutá-lo em outras plataformas de streaming: Apple Music | Deezer | YouTube
‘Músicas para ouvir perdido na floresta‘ (2020)
Créditos da foto de destaque da matéria: Kal Ximenes