
“Cegueira” é o single de estreia do grupo e sai pelo selo Banana Atômica
Nesta quarta-feira (01), a banda Ucalundu, de Feira De Santana, lançou seu novo single intitulado de Cegueira. A faixa conta com a participação especial do cantor Lirinha e vem ao público pelo selo fonográfico Banana Atômica. Single já disponível nas principais plataformas de streaming de música.

Foto: Larissa Carmo/Divulgação
Com um Post Punk potente, a banda feirense Ucalundu, uniu-se com Lirinha em seu novo single, Cegueira. A faixa que conta sobre uma estática emocional que nos impede de criar novos laços afetivos, traz uma sonoridade intensa que harmoniza e da ainda mais densidade para a obra em si. Com traços de Math Rock, a música tem uma sonoridade muito moderna que nos remete bastante a bandas como Supercombo, mas, que recebe um rumo bem diferente quando ouvimos a voz de Lirinha, que traz muita brasilidade e regionalidade para a música, resultando em uma experiência realmente única e bem diferente.
A letra fala sobre o fim de uma história, de um amor, a partir da ideia do ‘não enxergar’. Fala de uma suposta ‘cegueira’ de alguém em não perceber o outro e, por isso, a menção às doenças dos olhos, como uma metáfora dos olhos da alma. Música e a letra foram criadas enquanto eu bebia Ayahuasca, vivendo um momento pessoal conturbado e tentando a salvação de um relacionamento. Embora ela carregue um misto de mágoa e libertação em relação à outra parte da história, na verdade, com o tempo e outras experiências, eu percebi que ela fala da minha própria ‘cegueira’, como se um lado meu falasse pra outro, num espelho, daquilo que eu mesmo não enxergo em mim. No fim, ela fala daquilo que cada um quiser (ou não) enxergar”, comenta.
A música vai ao encontro também com o significado do nome da banda, que vem do termo “calundu”, termo esse que virou uma gíria baiana pra os estados de birra, introspecção, dor, mau humor. Porém, originalmente, representa um ritual antigo de cura, de matriz africana, que se utilizava de diversos elementos, dentre eles, a dança e a música, justamente para tratar as pessoas que à época encontravam-se nesses estados, mas que não tinham um diagnóstico médico. Daí, inclusive, o surgimento da gíria, pois quem participava do ritual era reconhecido nas ruas como sendo “de calundu”. O álbum em questão é primeiro do projeto, previsto para sair em 2022. Ucalundu começou a nascer em 2015 e depois de algumas tentativas de formações, hoje é composto por Luyd Andrade (guitarra), Tito Pereira (piano, sintetizadores e voz), Flaviano Gallo (bateria e voz), Ivan Santos (baixo) e o próprio Zecalu (voz e composições).